“O trabalho da mineira Consuelo de Paula se destacou na passagem do século XX para o século XXI... cantora de referência de um sonho de pureza da nossa música, Consuelo canta com a autoridade de quem filtra e purifica a música. O resultado é um som sem contaminação, algo como o nascedouro da tradição e da modernidade, tudo ao mesmo tempo... O trabalho de Consuelo é o trabalho de uma artífice da canção, é o resultado de uma elaboração profunda... Um talento maior da canção popular, que se apresenta como universal."
Luís Antônio Giron (A voz popular - Especial Rádio Cultura).






Consuelo de Paula lança 'Negra', seu primeiro DVD

Gravado ao vivo no Teatro Polytheama de Jundiaí, NEGRA revela novas nuances na trajetória musical de Consuelo de Paula. Expressa a pulsação, a alegria e a sensualidade sugeridas pela cor vermelha. Através da voz, Consuelo cria um espetáculo que sugere uma seqüência de quadros de um filme único e envolvente. O resultado é um trabalho sensorial, caloroso, que guarda a delicadeza já presente nas obras anteriores. Dão corpo e expressão a essa nova sonoridade os músicos Dante Ozzetti (violão), Zeca Assumpção (contrabaixo acústico), Heloísa Fernandes (piano), Sérgio Reze (bateria), Ari Colares (percussão), Fábio Tagliaferri (viola de arco) e Zezinho Pitoco (clarinete). E Elias Andreato, responsável pela direção cênica, criou um cenário e uma iluminação que favorecem a percepção dos contrastes e da força interpretativa de Consuelo.

“Eu sempre gostei de transparências e de contrastes”, diz Consuelo. E para traduzir em harmonia sua concepção artística, convidou Dante Ozzetti para a direção musical e arranjos. Dante respeitou a respiração de cada sílaba das canções e trouxe estruturas rítmicas de acompanhamento realizadas com notas soltas e acordes abertos que, combinados com o universo sonoro da artista, nos coloca diante de um novo som.

As composições são provocadas por trovas e cantigas populares que não determinam a canção, apenas oferecem o mote para levar a música para um lugar novo, insuspeito, surpreendente. O DVD NEGRA abre um novo ciclo e intensifica a relação da artista com seu lugar, e é a partir daí que Consuelo de Paula apresenta uma obra universal.

O DVD traz 17 faixas inéditas, 15 delas autorais e duas de outros autores: Piedra y Camino, de Atahualpa Yupanqui (uma referência a Mercedes Sosa, conhecida como La Negra), e Caicó (do cancioneiro popular), numa interpretação bem personalizada. Nessa obra, Consuelo de Paula amplia a parceria com músicos de diferentes regiões do país: Dante Ozzetti, Vicente Barreto, Luiz Salgado e Socorro Lira, além de Rubens Nogueira, seu parceiro mais constante. Com produção executiva da Artividade Projetos Culturais, o DVD foi gravado por Maurício Valim (diretor de imagem) e Alberto Ranellucci (engenheiro de som), e contém os extras produzidos por Soraya Costa: making of, minha história e slide show.


Negra, faixa a faixa

ESTANDARTE (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
“Receba meu pedaço de pano bordado/ desenhei luares nunca vistos/ escrevi palavras nunca ditas...” a inspiração para esta canção veio da cantiga de roda “se esta rua fosse minha”. O arranjo já evidencia a linguagem musical do DVD e a letra de Consuelo destaca “o brilho do verso no olho do céu”.

BEM-ME-QUER (Consuelo de Paula, Rubens Nogueira e refrão de Luiz Salgado)
Em homenagem a Consuelo, Luiz Salgado compôs uma música, cujo refrão serviu de mote para Bem-me-quer. “Mande um galho de alecrim pra mim. Mande um cravo roxo e um jasmim.” E Consuelo devolve: “teu verso é de bem querer...”.

VESTIDO VERMELHO (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
A terceira faixa é emblemática na obra. Celebra a maturidade de sua parceria com Rubens Nogueira – perfeito casamento entre letra e melodia – e revela a felicidade dos arranjos de Dante Ozzetti. O quadro de Ana Freitas, que serviu de cenário, ganha destaque na luz do diretor Elias Andreato. “Minha rainha negra.../ flor de maio.../ eu sempre quis tua presença...”

VISITA (Consuelo de Paula e Dante Ozzetti)
Esta canção nasceu de uma forma diferente. Consuelo mostrou para Dante um ritmo no tambor e ele fez a melodia sobre essa base, devolvendo-a para que colocasse a letra. Visita expressa o encontro desses dois artistas. “Girassol passarinho/ vai marcando com flor o caminho...” Destaque para o clarinete de Zezinho Pitoco.

PRESENÇA (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
“Eu te esperei sobre a terra/ sobre o chão vermelho...” Consuelo fez esta composição após a leitura dos versos de Cecília Meireles: “Mas a alma é de asas velozes/ e o mundo é lento”. O solo de contrabaixo de Zeca Assumpção faz a introdução de Presença e a interpretação de Consuelo faz contraponto com o tambor falante de Sérgio Reze.

ÁGUA DOCE NO MAR (Consuelo de Paula e Socorro Lira)
Durante o processo de criação do NEGRA, Consuelo provocou artistas de várias regiões do país. Água doce no mar é um resultado bem sucedido desses desafios. Aqui o destaque fica por conta da viola de arco de Fábio Tagliaferri.

REENCONTRO (Maria e José) (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
Novamente uma cantiga de roda (“o cravo brigou com a rosa...”) oferece o motivo. “Estrada de rosa lilás/ meu amor em pétalas/ minha vida sozinha...” Esta faixa encerra a primeira parte do espetáculo. É uma canção que traz simbologias das festas da cidade natal de Consuelo.

FOLIAS / FITAS / Canto dos Moçambiqueiros de Pratápolis
(Lourenço Baeta e Xico Chaves / Consuelo de Paula e Luiz Gonzaga de Paula)
Esse tema está presente no CD de estréia de Consuelo, Samba, Seresta e Baião. Aqui reaparece como faixa instrumental.

PIEDRA Y CAMINO (Atahualpa Yupanqui)
Essa música faz parte do repertório de Mercedes Sosa (La Negra). Faixa representativa da relação entre o ritmo mineiro de Consuelo (um modo particular de respirar o 6x8) e a música latina. Em seu recente livro A poesia dos descuidos, Consuelo escreve: “alga desenhada sobre meu corpo/ nossos passos estão lentos/ Mercedes e sua voz negra/ tom esverdeado sobre a América do Sul/ Consuelo e seu canhão de flor/ o tempo pesa”.

VIDA (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
Em dezembro de 2010, Consuelo foi recebida pelo terno de São Benedito, na cidade de Itamogi-MG. O canto desses moçambiqueiros (olerê) encerra a faixa Vida. Destaque para a percussão e vocal de Ari Colares.

PEDRA CORAL (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
“Meu verso passeia pela estrada forrada de folhas...” Um dos pontos altos da comunicação de Consuelo com os músicos e da dinâmica musical presentes neste DVD. Destaque para o solo do piano de Heloísa Fernandes.

OITO PONTAS (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
Na voz e nos gestos de Consuelo, nos movimentos do arranjo e na execução dos músicos sobrepõem-se os sentimentos dessa canção; em meio a silêncios e pausas experimenta-se a força rítmica: “capoeira, o teu amor eu quis/ beira-mar, paisagem que eu te fiz...”

CIRANDA DE ANOITECER (Consuelo de Paula e Rubens Nogueira)
Nesta faixa Consuelo faz renascer os versos do refrão de Bem-me-quer sobre outra melodia, potencializando as características que atravessam o NEGRA. Aqui o mote está na própria obra: “Eu canto por te querer/ eu danço pra te contar/ da flor que eu tento escrever/ do amor que eu posso dar/ um rio pra navegar/ maria corre pra ver/ o dia já vai morrer/ o sol foi pra outro lugar/ mande um galho de alecrim pra mim/ mande um cravo roxo e um jasmim”.

O SERENO E O SABIÁ (Consuelo de Paula)
Esta canção tem letra e música de Consuelo e foi feita a partir das lembranças de menina da artista, que ouvia seu pai (Luiz Gonzaga de Paula) improvisar durante os desafios mineiros. No final da faixa Consuelo fala um desses versos de seu pai e abre para todos os músicos improvisarem. “...a voz que guarda minha aldeia/ vai deixando amanhecer/... deixa amanhecer/ deixa amanhecer meu sinhô...”

PÁSSARO LUNAR (Consuelo de Paula e Luiz Salgado)
Esta faixa anuncia a despedida – “sobre a pétala da manhã/ vá-se embora devagar...”. No DVD as imagens desta canção ajudam a tornar ainda mais pictórica a alma deste trabalho.

CANÇÃO RENDADA (Consuelo de Paula e Vicente Barreto)
“flor bordada infinita/ desenhada em minha mão...” Novamente um bordado, agora para encerrar a obra. Outra parceria bem realizada, inspirada na cantiga popular “mulher rendeira”: “sou a mulher rendeira/ a fruta vermelha desse baião/ o sol que vai nascer/ no fim dessa canção”.

CAICÓ (do cancioneiro popular)
Consuelo de Paula faz uma interpretação pessoal e emocionada desta cantiga; a partir do ritmo marcado por ela em seu violão os músicos vão se aproximando até construírem uma massa sonora única. “... vá chamar berenice e lia/ o chocalho do pajé tem mares/ vai percorrer distâncias/ meu capitão dança/ meu coração bate junto/ ele é baqueta no tambor/ eu sou suspiro na flor/ e a festa acontece com tudo isso ao mesmo tempo.” (versos de Consuelo de Paula, A poesia dos descuidos).


Ficha Técnica do DVD "NEGRA":

Gravado ao vivo no teatro Polytheama, 2011.

Direção, cenografia e luz: Elias Andreato
Direção musical e arranjos: Dante ozzetti
Percussão: Ari Colares
Violão: Dante Ozzetti
Viola de arco: Fabio Tagliaferri
Piano: Heloísa Fernandes
Bateria: Sérgio Reze
Contrabaixo acústico: Zeca Assumpção
Clarinete: Zé Pitoco
Engenheiro de gravação de áudio, mixagem e masterização: Alberto Ranelucci
Produção executiva: Vilma Fernandes
Assistentes de produção: Sandra Lacerda e Fábio Porte
Técnico de PA: Rafael Valim
Direção do dvd: Mauricio Valim
Edição do dvd: Soraya Costa
Quadro "Negra": Ana Freitas
Fotografias: Alessandra Fratus
Design: Andrea Pedro
Revisão de textos: Maria Lúcia Balestriero





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