Comercio da Franca / Artes / Terça-feira, 19 de maio de 2009

TV CULTURA
Cantora de Pratápolis mostra sua MPB no ‘Senhor Brasil'

Vanessa Maranha
Especial para o Comércio



Consuelo de Paula, cantora da vizinha Pratápolis (MG) radicada há mais de 20 anos em São Paulo, já foi definida como "a melhor e mais recente novidade produzida pela MPB", pelo jornalista Aluízio Falcão, da revista Istoé Gente. Carlos Calado, da Folha de S.Paulo a considera "uma grande revelação". Pedro Köhler, da revista Bravo! fala de sua "voz incomum e repertório bem escolhido".

Mauro Dias e Tárik de Souza escreveram, na revista Vogue: "Consuelo de Paula, cantora e compositora, produziu sozinha um dos mais bonitos discos de toda história da música brasileira: samba, seresta e baião". O Clarín, maior jornal da Argentina, saudou sua apresentação em solo portenho ao lado de Naná Vasconcelos: "Con una entonación perfecta, la mineira Consuelo de Paula desplegó una seductora sencillez...'.

Em entrevista ao Comércio, a artista, que estará hoje, às 22h10, no programa Senhor Brasil, apresentado por Rolando Boldrin na TV Cultura, diz que uma das especificidades da arte é a busca pela contemporaneidade com acento próprio. "Somos herdeiros de toda uma cultura, aprendemos a cantar a partir de várias escolas e estéticas e é um trabalho árduo nos despojarmos de vícios no canto.

Busco aproximar o meu canto da voz falada, abrindo mão dos altos volumes. Há uma intenção de transparência, um mergulho no nosso universo poético, a canção em seu sentido pleno, em equilíbrio com a melodia, privilegiando, nos arranjos, não apenas o som, mas o silêncio também, nas pausas para respiração", reflete, sobre a sua música.

Violonista e percussionista, Consuelo de Paula é autora e produtora dos CDs Samba Seresta e Baião (1998); Tambor e Flor (2002) e Dança das Rosas (2004), ricos em elementos de todo o país, mas, claramente referenciados em sua terra natal, onde manifestações como as congadas e o moçambique estão incorporadas na cultura popular.

Foi escolhida para compor uma antologia produzida no Japão que elege os 500 melhores álbuns da MPB. A partir disso, teve editada uma coletânea intitulada Patchwork, com 15 de suas músicas da trilogia citada. "Foi surpreendente essa receptividade no Japão e na Argentina, pois sempre julguei tão particularmente brasileiro o meu trabalho. Entendo que a Bossa Nova seja reverenciada mundialmente, por ser jazzística, mas, o que eu faço não se enquadra exatamente nesse estilo...", pondera.

Sua canção, encantadora, passeia por formas ora etéreas, ora telúricas, deflagra epifanias poéticas em cadências que se fazem às vezes dolentes, noutras, dramática, a inscrevê-la na musicalidade universal e justificar tais vôos.