Consuelo de Paula fecha sua trilogia e lança "Dança das Rosas" com maestria

Capa do CD
Consuelo de Paula
lança seu terceiro CD, Dança das Rosas, um trabalho autoral, que fecha a trilogia iniciada 1998. O resultado é surpreendente. Em Dança das Rosas, além dos violões de nylon e da percussão (a base sonora), voltam os timbres das cordas de aço e a novidade está na entrada de flautas, clarinete e violoncelo. Difícil é explicar ou definir seu estilo, mas o que importa mesmo é a qualidade dessa musicalidade brasileira: popular na trilha; erudita na apresentação e na preocupação com o fazer bem feito. Consuelo de Paula busca a proximidade com a pureza da música e das canções. Na frente está a arte, a autenticidade, enfim, sua própria cara.

O CD, independente, tem a parceria constante de Rubens Nogueira, que compôs todas as melodias para as letras de Consuelo. A poetisa paranaense Etel Frota assina duas letras com a artista (Sete Trovas e Os Terços do Samba). Parceiros de longa estrada, o violonista Jardel Caetano e a percussionista Cássia Maria estão presentes em várias faixas. Os arranjos refinados de Mario Gil dão o perfeito acabamento.

Para entender seu novo trabalho é preciso reportar aos dois primeiros. Quando lançou Samba, Seresta e Baião, Consuelo já demonstrava a sua admiração pela música brasileira e seu trânsito entre o popular e o regional, através do equilíbrio entre esses três universos da nossa canção, reverenciados no disco. Gravou pérolas de outros autores, mas com tal propriedade que, de certa forma, já se anunciava autoral. O segundo álbum - Tambor e Flor - deixa muito clara a essência de sua arte, inclusive quando, novamente, esses três universos guiam a obra, agora dividida em autoral, adaptação de temas populares e outros compositores. No terceiro, Consuelo se expõe com naturalidade, maturidade e segurança; finca o pé no chão, lança mão de sua arte própria em letras carregadas de simbolismos que fazem um jogo preciso entre o passado e o presente, entre o novo e o que já foi dito. Este é o resultado do caminho iniciado com Samba, Seresta e Baião, cada vez mais claro, cada vez mais a serviço da canção e do que ela já traz de encantamento.

Dança das Rosas é marcado pelo equilíbrio entre os dois trabalhos anteriores e mantém um constante diálogo com ambos. "Esse equilíbrio veio através das próprias canções. A parceria com o Rubens Nogueira foi muito importante. Sua linguagem musical casou-se perfeitamente com minha forma de compor", explica Consuelo. As letras e melodias soam orgânicas, sem medo do conhecido e trazem a sutileza do novo, trazem a surpresa.

As Canções

A canção sugestiva "Dança Para Um Poema" inaugura Dança das Rosas como uma nascente de um rio longo: "... passam rios no meu corpo, na minha voz, navios e embarcação". A composição é uma conversa com os três movimentos do Poema Para Dança de Maria Del Carmen. Nesta honrosa abertura estão as flautas de Teco Cardoso, os violões de Mario Gil e a percussão de Bré e de Cássia Maria. O namoro de Consuelo com a cultura popular é representado em "Canto de Guerra" (o vôo da rosa branca): "... mandei pro céu com arma de ferro uma branca flor, a rosa que avoou de um verso popular". A correnteza desta nascente segue seu curso cristalino na "Estrada de Água" (à flor do rio); os tempos dos compassos e os tempos verbais dançam harmonicamente entre os violões de Mario Gil e Jardel Caetano. Resta agora saber onde a obra de Consuelo vai desaguar.

O samba "Sete Trovas" (a rosa dos ventos; o bailado) poderia ser uma autobiografia da estética musical da artista, a trilha sonora de sua vida no balanço do violão (Mario Gil), do cavaquinho (Edmilson Capelupi), da percussão (Douglas Alonso) e do clarinete (Gil Reyes). No meio do percurso, "Artesanato" (a flor do beijo) aporta sob a forma de declaração de amor, seguida por "Pássaro Encantado" (a flor do divino). Esta contém toda a simbologia do pássaro na cultura popular, é o vôo de Consuelo sobre o mar, seu bailado sobre o oceano: "seu canto aponta o cruzeiro do sul, seu canto venta em mim". Na margem desse rio que é o álbum Dança das Rosas, um baile na roça renasce com "Rosa e Amarela", composta numa estrutura de samba com características polirrítmicas. Marcelo Pretto e Mario Gil estão nos vocais.

A canção mais densa do disco é "Flor Futura" (no coração do meu filho), pontuada pelo violoncelo executado por Regina de Vasconcellos. Num ponto alto do roteiro, a sanfona de Lula Alencar faz a ponte para a próxima canção, "Retina" (à flor dos olhos), e, preparando a saída de cena, a letra anuncia "... olhos fatais são como os meus, olhos teus são meus sinais, vão me levar até o cais". Inusitado é o contraste entre este poema e a caixa de congo. Em "Os Terços do Samba" (... sob a grande roseira...) Consuelo coloca seu molho mineiro e canta "esse é meu samba, luz primeira do dia, estação milagreira, que me acorda e me guia". Esta obra vai agora desaguar jogando rosas ao mar. A caixa de Cássia Maria abre a última faixa - "Curativo" (... a florada das margaridas gerando frutos e grãos de milho...) - trazendo o refrão da música "Dança do Milharal" (do CD anterior, Tambor e Flor) como uma tênue linha de passagem para esta canção final, fechando a trilogia. E Consuelo se despede calma como o alto-mar.

Consuelo de Paula

Radicada em São Paulo há quinze anos, Consuelo de Paula chega ao terceiro CD provando que é uma artista guerreira. Durante esse período, sua carreira voltou-se para a concretização da trilogia: Samba, Seresta e Baião (1998), Tambor e Flor (2002) e Dança das Rosas (2004). Minas Gerais, onde nasceu, deu-lhe o chão e São Paulo, o norte. Minas ofereceu-lhe a fonte e São Paulo, o apuro estético, o amadurecimento, a troca, os encontros. Consuelo vem fazendo shows pelo Brasil e também em algumas cidades do exterior, participando de diversos projetos culturais e de programas conceituados como o Ensaio, da Rede Cultura.

Antes de se profissionalizar como cantora e compositora, Consuelo teve sua história sempre cercada pela vivência em várias manifestações culturais: "Fui rainha da congada, bailarina de fanfarra, onde toquei também vários instrumentos, passista de carnaval, mestra de bateria de bloco carnavalesco, repiniqueira, inventora de peças teatrais, leitora de textos nas missas, oradora, cantora de serenatas e de igreja, compositora na adolescência e, principalmente, admiradora de músicas brasileiras. Agora escrevo canções e produzo CDs. Quando me distancio um pouco, acho que, talvez, tenha feito algo legal por causa dos talentos e dos não talentos, das facilidades e dificuldades, do saber e do não saber. Por insistência e também por vocação".


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